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Joseph Smith disse ser maior do que Jesus Cristo?

Joseph Smith é o Profeta da Restauração. Quando era apenas um jovem, um anjo lhe disse que seu "nome seria considerado bom e mau entre todas as nações, tribos e línguas, ou que entre todos os povos se falaria bem e mal de [seu] nome." [1]

Não é de se admirar que falem tão mal sobre o Profeta. Comentando sobre isso, o Elder Neil L. Andersen, do Quorum dos Doze Apóstolos, disse:
“Seria de estranhar o mal que é falado contra ele [Joseph Smith]? Do Apóstolo Paulo foi dito que era louco e delirava. Nosso Amado Salvador, o Filho de Deus, foi rotulado de comilão, beberrão e endemoniado. O Senhor disse a Joseph, quanto a seu destino:
“Os confins da Terra indagarão a respeito de teu nome e tolos zombarão de ti e o inferno se enfurecerá contra ti;
Enquanto os puros de coração e os prudentes (…) e os virtuosos procurarão (…) bênçãos sob tuas mãos constantemente”.
Por que o Senhor permite que o mal seja falado ao mesmo tempo que o bem? Um dos motivos é que a oposição às coisas de Deus leva os que procuram a verdade a orar por respostas.” [2]

O projeto Joseph Smith Papers é um audacioso e incrível esforço de publicar todos os escritos do profeta Joseph Smith. Um artigo da revista da Igreja "A Liahona esclareceu a importância do projeto:
"Os sete diários do Profeta Joseph estão entre os registros mais importantes que nos ajudam a compreender o profeta e o desenvolvimento da Igreja durante sua vida. Redatores dos livros da Série de Diários da futura obra Joseph Smith Papers [Documentos de Joseph Smith], que está sendo compilada pelo Departamento de História da Família e da Igreja. Nos próximos anos, serão publicados nessa obra todas as cartas, diários, histórias, revelações e outros documentos de Joseph Smith. [3]
Muitas pessoas, às vezes mal intencionadas, tentam atacar o caráter do Profeta. Às vezes o ataque é ardiloso e bem estruturado. Usando as próprias palavras do Profeta, retiradas desses diários, alguns o acusam, por exemplo, de ter dito ser maior que o Senhor Jesus Cristo.

Mas Joseph nunca disse ser maior do que Jesus Cristo!

O Trecho citado

O Trecho projeto Joseph Smith Papers usado pelos críticos se encontra aqui :
I am the only man that ever has been able to keep a whole church together since the days of Adam; a large majority of the whole have stood by me: neither Paul, John, Peter, nor Jesus ever did it. I boast that no man ever did such a work as me; the followers of Jesus ran away from him; the latter day saints never ran away from me yet [4]
Em uma tradução livre (já que não há uma tradução oficial do trecho em português ainda):
Eu sou o único homem que sempre conseguiu manter toda a igreja unida desde os dias de Adão; a grande maioria permaneceu perto de mim: nem Paulo, João, Pedro, nem Jesus jamais fizeram isso. Eu me vanglorio de que nenhum homem tenha feito tal façanha como eu; Os seguidores de Jesus fugiram dele; os santos do últimos dias nunca fugiram de mim, ainda.
O que isso quer dizer? Teria Joseph Smith dito que era maior que o Senhor Jesus Cristo? Teria ele se vangloriado disso?



Um Testemunho do Profeta de Deus

Antes de entrar na resposta a crítica propriamente dita é preciso relembrar que para se descobrir que Joseph foi um profeta de Deus é preciso buscar essa certeza por meio de caminhos espirituais. O Elder Andersen explicou:
"Todo aquele que crê precisa de uma confirmação espiritual da missão e do caráter divino do Profeta Joseph Smith. Isso é válido para todas as gerações. Perguntas espirituais merecem respostas espirituais de Deus.
(...)
Os comentários negativos sobre o Profeta Joseph Smith aumentarão à medida que se aproxima a Segunda Vinda do Salvador. As meias-verdades e os enganos sutis não diminuirão.(...)
O testemunho acerca do Profeta Joseph Smith poderá vir de maneira diversa para cada um. Poderá vir ao nos ajoelharmos em oração para pedir a Deus que nos confirme se ele foi mesmo um profeta. Poderá vir ao lermos o relato do Profeta sobre a Primeira Visão. O testemunho poderá se destilar sobre nossa alma ao lermos o Livro de Mórmon repetidamente. Poderá vir quando prestamos testemunho do Profeta ou quando estamos no templo e percebemos que, por meio de Joseph Smith, o poder selador foi restaurado na Terra. Com fé e real intenção, nosso testemunho do Profeta Joseph Smith se fortalecerá. O constante lançamento de balões de água das arquibancadas pode ocasionalmente deixá-lo molhado, mas ele jamais, jamais deve apagar o fogo de sua fé." [5]

O Caráter do Profeta Joseph Smith

Joseph era um bom homem
John Taylor, que foi baleado quatro vezes pela turba que assassinou Joseph, declarou:
“Testifico diante de Deus, dos anjos e dos homens que [Joseph] era bom, honrado e virtuoso (…); que tanto na vida privada quanto na pública seu caráter era imaculado e que viveu e morreu como homem de Deus”. [6]
Brigham Young, disse:
“Tenho vontade de gritar, aleluia, toda vez que penso que conheci Joseph Smith, o Profeta que o Senhor ergueu e ordenou, a quem Ele deu as chaves e o poder para edificar o reino de Deus na Terra e apoiá-lo. Essas chaves são conferidas a este povo e temos o poder para continuar a obra que Joseph começou” [7]
Os discursos do Profeta eram muito importantes para os membros da Igreja e às vezes ele falava para congregações com milhares de pessoas. “Ninguém que o ouvisse ficava cansado com seu discurso”, relembrou Parley P. Pratt. “Até já o vi manter uma congregação de ouvintes dispostos e ávidos reunidos por muitas horas, fizesse frio ou sol, na chuva ou no vento, fazendo-os rir em dado momento e chorar no momento seguinte.” [8]

John Needham, um antigo converso inglês:
“Joseph Smith era um grande homem, um homem de princípios, um homem franco e honesto; não era um sujeito falsamente piedoso, muito pelo contrário. Na verdade, alguns caíram por ele ser um homem tão franco, direto e alegre, mas isso me fazia amá-lo ainda mais” [9]

Há dezenas de outras declarações sobre  Joseph Smith feitas por pessoas que conviveram com ele  aqui. Vale a pena procurar saber os que as pessoas mais próximas de Joseph falaram sobre ele.

Os ensinamentos de Joseph sobre Jesus Cristo

Como o Profeta da Restauração, um dos papéis mais importantes de Joseph Smith foi prestar testemunho de Jesus Cristo. Ele teve a bênção de conhecer por si mesmo a divindade de Jesus Cristo e compreender Seu papel como Redentor do mundo. Entre seus muitos ensinamentos sobre o Senhor - alguns dos quais se encontram aqui - selecionamos os seguintes: 
“O mundo não poderia receber a salvação sem a mediação de Jesus Cristo.” [10]
“Os princípios fundamentais de nossa religião são o testemunho dos Apóstolos e Profetas a respeito de Jesus Cristo, que Ele morreu, foi sepultado, ressuscitou no terceiro dia e ascendeu ao céu; todas as outras coisas de nossa religião são meros apêndices disso." [11]
“Creio na divindade de Jesus Cristo e creio que Ele morreu pelos pecados de todos, que, em Adão, caíram.” [12]
“Quando refletimos na santidade e perfeição de nosso grande Mestre, que abriu o caminho pelo qual podemos achegar-nos a Ele, sim, sacrificando-Se a Si mesmo, nosso coração se comove profundamente com Sua condescendência. E, quando ponderamos também que Ele ordenou que fôssemos perfeitos em todas as coisas, de modo a preparar-nos para encontrar-nos com Ele em paz quando Ele vier em Sua glória com todos os santos anjos, sentimos o desejo de exortar nossos irmãos com destemor a serem humildes e fervorosos, que se comportem como verdadeiros filhos da luz e do dia, para que tenham a graça de suportar todas as tentações e vencer todo o mal, no honrado nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois estejam certos, irmãos, de que está muito próximo o dia em que o Dono da casa virá e fechará a porta, e ninguém a não ser os que trajarem as vestes de núpcias terão permissão de participar do banquete das bodas! [Ver Mateus 22:1–14.]” [13]

Contexto do trecho citado

A trecho debatido foi escrito em 25 de Maio de 1844. Sobre este diário os especialistas disseram o seguinte:
"Embora metade das páginas do diário anterior ainda estivesse em branco, um novo diário, intitulado “Diário do Presidente Joseph Smith” foi iniciado em 21 de dezembro de 1842, com Willard Richards atuando novamente como escrevente. Esse trabalho acabaria resultando em um diário de quatro volumes, com 1.045 páginas. Ele contém registros quase diários até 22 de junho de 1844, apenas cinco dias antes de o Profeta e seu irmão Hyrum serem assassinados.
Os registros do diário têm características de seu escrevente, o Élder Richards, mas captam a personalidade e o caráter do Profeta de uma maneira que Joseph provavelmente não teria escrito a respeito de si mesmo. As anotações incluem desde relatos descontraídos e bem-humorados até registros detalhados de casos legais em que Joseph Smith presidiu os tribunais de Nauvoo. Essa ampla gama de informações ajuda-nos a compreender melhor o Profeta Joseph Smith. Alguns registros até fornecem uma visão do que ele esperava da manutenção de registros em seu diário. Em 4 de março de 1843, por exemplo, o Profeta disse ao Élder Richards: “Há uma coisa em que você falha como historiador — você deixa de mencionar ou perceber os objetos ao redor, o clima, etc”. As revisões que Joseph fazia nesse diário, embora não tão freqüentes, demonstram a importância que ele dava à explicação do contexto histórico dos eventos de sua vida e do início da Igreja.
Embora o empenho em manter um registro de sua vida pessoal e eclesiástica tivesse seus altos e baixos, o Profeta conseguiu, por fim, com a ajuda de outros, conservar um registro regular de seus feitos. Seus diários servem não apenas como base para a história do início da Igreja, mas também como exemplo para todos nós da importância que um registro de nossa própria vida pode ter na vida de nossos descendentes." [14]
Joseph estava chegando ao fim de seu ministério mortal. A Igreja havia sido estabelecida, mas a perseguição era furiosa. A História da Igreja nos mostra que havia conspirações e armadilhas contra o Profeta. Os últimos discurso e ensinamentos dos profeta são cheios de emoção e ensinamentos gloriosos. É o caso deste registro discutido neste artigo. Um exame do relato inteiro demostra que Joseph não quis insinuar que era maior do que o Senhor, que ele tanto defendeu e amou.


Explicação sobre o Trecho citado

Passemos agora a discussão do trecho recortado, e respondamos as críticas. Primeiramente, a Igreja é a mantenedora do Projeto Joseph Smith Papers, e não há nenhuma tentativa de deturpar a verdade ou ignorar palavras ditas por Joseph Smith ou atribuídas a ele. Porém, deve-se levar em consideração a época e o contexto social e econômico - para compreender mais perfeitamente o que o Profeta disse.
"Eu sou o único homem que sempre conseguiu manter toda a igreja unida desde os dias de Adão; a grande maioria permaneceu perto de mim: nem Paulo, João, Pedro, nem Jesus jamais fizeram isso."
Ninguém pode afirmar, conhecendo as escrituras e crendo no Evangelho Restaurado, que tal declaração seja falsa. Todas as dispensações do passado acabaram em uma apostasia generalizada (período de tempo que o Evangelho em sua plenitude não esta disponível). Mas a estabelecida por Joseph, como a derradeira deste mundo, não terminou numa apostasia.
"A história bíblica relata muitas ocasiões em que Deus falou a profetas, e também conta que houve muitas ocasiões em que houve apostasia. Para encerrar cada período de apostasia generalizada, Deus demonstra Seu amor por Seus filhos chamando outro profeta e dando-lhe a autoridade do sacerdócio para restaurar e ensinar o evangelho de Jesus Cristo novamente. Em resumo, o profeta age como um servo para supervisionar a família de Deus aqui na Terra. Esses períodos de tempo em que o povo foi guiado por um profeta são chamados de dispensação.
Deus revelou o evangelho de Jesus Cristo a Adão e deu-lhe a autoridade do sacerdócio. Adão foi o primeiro profeta na Terra. Por revelação, Adão aprendeu qual é o devido relacionamento da humanidade com Deus, o Pai, Seu Filho Jesus Cristo e o Espírito Santo; aprendeu sobre a Expiação e a Ressurreição de Jesus Cristo; e aprendeu os primeiros princípios e ordenanças do evangelho. Adão e Eva ensinaram essas verdades a seus filhos e os incentivaram a desenvolverem fé e a viverem todos os aspectos do evangelho. Depois de Adão vieram outros profetas, mas ao longo do tempo, a posteridade de Adão rejeitou o evangelho e caiu em apostasia, preferindo a iniqüidade.
Assim, teve início o ciclo de dispensações proféticas, que constituem grande parte da história registrada no Velho Testamento. O Pai Celestial revelou Seu evangelho por meio de comunicação direta a profetas como Noé, Abraão e Moisés. Cada profeta foi chamado por Deus para dar início a uma nova dispensação do evangelho. A cada um desses profetas, Deus concedeu a autoridade do sacerdócio e revelou verdades eternas. Infelizmente, em cada dispensação, as pessoas acabaram usando seu arbítrio para decidirem rejeitar o evangelho e então caíram em apostasia." [15]
 O Senhor Jesus Cristo explicou esse ciclo de dispensações e apostasia ao contar a seguinte parábola:
"Ouvi, ainda, outra parábola: Houve um homem, pai de família, que plantou uma vinha, e circundou-a de um valado, e construiu nela um lagar, e edificou uma torre, e arrendou-a a uns lavradores, e ausentou-se para longe.
E, chegando o tempo dos frutos, enviou os seus servos aos lavradores, para receber os seus frutos.
E os lavradores, apoderando-se dos servos, feriram um, mataram outro, e apedrejaram outro.
Depois enviou outros servos, em maior número do que os primeiros; e eles fizeram-lhes o mesmo.
E, por último, enviou-lhes seu filho, dizendo: Terão respeito a meu filho.
Mas os lavradores, vendo o filho, disseram entre si: Este é o herdeiro; vinde, matemo-lo, e apoderemo-nos da sua herança.
E, lançando mão dele, o arrastaram para fora da vinha, e o mataram.
Quando, pois, vier o senhor da vinha, que fará àqueles lavradores?" (Mateus 21:33-40)
Quando os lavradores maus crucificaram o Filho do Senhor da Vinha, os apóstolos continuaram a pregação - mas eles sabiam que a grande apostasia era iminente.
"Depois da morte de Jesus Cristo, pessoas iníquas perseguiram os Apóstolos e os membros da Igreja e mataram muitos deles. Com a morte dos Apóstolos, as chaves do sacerdócio e a autoridade do sacerdócio foram tiradas da Terra. (...)
Sem revelação e autoridade do sacerdócio, as pessoas se baseavam na sabedoria humana para interpretar as escrituras e os princípios e ordenanças do evangelho de Jesus Cristo. Idéias falsas foram ensinadas como se fossem verdade. Perdeu-se grande parte do conhecimento sobre o verdadeiro caráter e natureza de Deus, o Pai, de Seu Filho Jesus Cristo e do Espírito Santo. As doutrinas da fé em Jesus Cristo, arrependimento, batismo e o dom do Espírito Santo foram distorcidas ou esquecidas. A autoridade do sacerdócio dada aos Apóstolos de Cristo já não estava mais presente à Terra. Essa apostasia acabou levando ao surgimento de muitas igrejas. (...)
Os Apóstolos do Salvador previram essa apostasia universal. Também previram que o evangelho de Jesus Cristo e Sua Igreja seriam restaurados novamente à Terra." [16]
Algumas passagens que tratam da Apostasia e Restauração são: Atos 3:19–21, Atos 20:28–30, Gálatas 1:6–9, 2 Tessalonicenses 2:1–12 (TJS versículos 2, 3, 7–9), I Timóteo 4:1–3, 2 Timóteo 4:3–4 e 2 Pedro 2:1–2

Como a última dispensação não terminará numa Apostasia (como todas as anteriores), mas sim com o Retorno Triunfal de Jesus Cristo e o inicio do Milênio, os profetas antigos falavam com grande esperança e alegria de nossa época.

Joseph Smith ensinou sobre a singularidade desta derradeira dispensação:
"A dispensação da plenitude dos tempos trará à luz as coisas que foram reveladas em todas as dispensações anteriores; também outras coisas que não foram reveladas anteriormente." [17]
“A obra do Senhor nestes últimos dias é de imensa magnitude e está quase além da compreensão dos mortais. Suas glórias estão além de qualquer descrição e sua grandiosidade é insuperável. É o assunto que inflamou o coração dos profetas e homens justos desde a criação do mundo, ao longo de todas as gerações subsequentes até o momento presente; e esta é verdadeiramente a dispensação da plenitude dos tempos, quando todas as coisas que estão em Cristo Jesus, seja no céu ou na Terra, serão reunidas Nele e quando todas as coisas serão restauradas, como foram mencionadas por todos os santos profetas desde o princípio do mundo; porque nela acontecerá o glorioso cumprimento das promessas feitas aos patriarcas, e a manifestação do poder do Altíssimo será grandiosa, gloriosa e sublime." [18] 
“A edificação de Sião é uma causa que interessou o povo de Deus em todas as eras; é um tema sobre o qual profetas, sacerdotes e reis falaram com particular deleite; eles ansiaram com alegria pelo dia em que vivemos; e inspirados por esse anseio celestial e jubiloso, cantaram, escreveram e profetizaram sobre esta nossa época. Somos o povo favorecido que Deus escolheu para trazer à luz a glória dos últimos dias. Foi-nos dado o privilégio de ver, participar e ajudar a levar adiante a glória dos últimos dias, ‘a dispensação da plenitude dos tempos, na qual Deus tornará a congregar tanto as coisas que estão nos céus como as que estão na terra’ [ver Efésios 1:10], em que os santos de Deus serão coligados de todas as nações, tribos, línguas e povos, em que os judeus serão reunidos, e os iníquos também para serem destruídos, como foi dito pelos profetas; o Espírito de Deus também habitará com Seu povo e será retirado do restante das nações, e todas as coisas, tanto no céu como na Terra, serão congregadas, sim, em Cristo. [19]
Se havia algo que poderia animar o Profeta era o fato de que, numa época de grande perseguição e agustia - e na iminência de seu assassinato - a certeza de que havia cumprindo sua missão diante dos céus, e que diferente dos grande líderes do passado (mesmo diferente do próprio Senhor Jesus Cristo), a obra prosseguiria - não sendo desfeita por uma grande apostasia.

Este é o motivo pelo qual ele deve ter dito:
(...) Eu me vanglorio de que nenhum homem tenha feito tal façanha como eu; Os seguidores de Jesus fugiram dele; os santos do últimos dias nunca fugiram de mim, ainda.

Wilford Woodruff disse:
"Nunca li em lugar nenhum, pelo que me consta, sobre igual poder manifestado em qualquer dispensação para os filhos dos homens — o poder manifestado ao Profeta de Deus na organização desta Igreja, quando tanto o Pai como o Filho apareceram ao Profeta Joseph em resposta a sua oração e quando o Pai disse: ‘Este é Meu Filho Amado. Ouve-O’. Essa foi uma revelação importante, que jamais foi transmitida da mesma maneira em nenhuma dispensação do mundo, a revelação de Deus relativa à Sua obra. Assim, em sua organização, anjos do céu ministraram ao Profeta de Deus [Joseph Smith] . Eles foram seus professores, seus instrutores, e tudo o que ele fez e realizou desde o início até o dia de seu martírio foi por revelação de Jesus Cristo”. [20]
Hyrum Smith afirmou:
“Houve profetas antes, mas Joseph tem o espírito e poder de todos os profetas” [21]
O fato de Joseph ter dito "eu me vanglorio" - se é que ele tenha dito isso mesmo, pois como vimos acima, nesta época ele tinha um escrevente - e não era frequente em revisar os registros - não esta em desacordo com o evangelho. Longe de ser uma manifestação de orgulho, é uma reflexão de gratidão.

Vemos isso, por exemplo, quando Amon presta contas de seu grande sucesso missionário. Após relatar que sete cidades lamanitas se converteram, seu irmão Aarão o repreende, dizendo que esta se vangloriando. Amon responde:
Não me vanglorio de minha própria força nem de minha própria sabedoria; mas eis que minha alegria é completa, sim, meu coração transborda de alegria e regozijar-me-ei em meu Deus. Sim, sei que nada sou; quanto a minha força, sou débil; portanto, não me vangloriarei de mim mesmo, mas gloriar-me-ei em meu Deus, porque com sua força posso fazer todas as coisas; sim, eis que fizemos muitos milagres nesta terra, pelo que louvaremos o seu nome para sempre. (...) Ora, se isso é vangloriar-se, eu então me vanglorio; porque isso é minha vida e minha luz, meu júbilo, minha salvação e minha redenção da eterna angústia. (Alma 26:11-12, 36)
Perceba que Joseph era uma pessoa bondosa e humilde. Que era submisso ao Senhor. Ele nunca se considerou melhor do que o Senhor Jesus Cristo. Veja o que ele disse certa vez:
“Quem, dentre todos os santos destes últimos dias, pode considerar-se tão bom quanto o nosso Senhor? Quem é tão perfeito quanto Ele? Quem é tão puro? Quem é tão santo quanto Ele foi? Pode-se encontrar alguém assim? Ele nunca transgrediu ou violou um mandamento ou lei do céu—não havia falsidade em Sua boca, tampouco dolo em Seu coração. (…) Onde haverá alguém como Cristo? Não é na Terra.” [22]
É a crença da Igreja, contudo, que "Joseph Smith, o Profeta e Vidente do Senhor, com exceção apenas de Jesus, fez mais pela salvação dos homens neste mundo do que qualquer outro homem que jamais viveu nele. No curto espaço de vinte anos trouxe à luz o Livro de Mórmon, que traduziu pelo dom e poder de Deus, e foi o instrumento de sua publicação em dois continentes; enviou a plenitude do evangelho eterno, que o livro continha, aos quatro cantos da Terra; trouxe à luz as revelações e mandamentos que compõem este livro de Doutrina e Convênios e muitos outros sábios documentos e instruções para o benefício dos filhos dos homens; reuniu muitos milhares de santos dos últimos dias, fundou uma grande cidade e deixou fama e nome que não podem ser destruídos. Viveu grandiosamente e morreu grandiosamente aos olhos de Deus e de seu povo; e como a maior parte dos ungidos do Senhor na antiguidade, selou sua missão e suas obras com o próprio sangue" (D&C 135:3)

O Senhor Jesus Cristo disse certa vez:
"Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai." (João 14:12)

Ora, se o próprio Senhor disse que outros poderiam fazer até obras maiores do que Ele fizera na Terra, porque nos admiramos da declaração do Profeta Joseph Smith - que pelo poder do Senhor Jesus estabeleceu a última dispensação?

Comparar-se com o Senhor em alguma medida não é algo que apenas Joseph fez - outros também o fizeram. Paulo disse que levava no seu corpo as marcas do Senhor Jesus (Gálatas 6:17). Pedro explicou que somos chamados para seguir as pisadas de Cristo (1 Pedro 2:21). O próprio Senhor nos disse para nos esforçarmos para sermos perfeitos como Ele (3 Néfi 12:48). Como discípulos verdadeiros esperamos imitá-lo e ter a imagem Dele em nosso semblante (1 Coríntios 11:1, Alma 5:14).

Conclusão

O Profeta Joseph Smith tem sido atacado - e as criticas não vão acabar tão cedo, pois a verdade sempre sofre oposição.Ao analisarmos suas palavras, devemos levar em consideração contexto histórico, cultural, bem como o panorama de onde a frase foi retirada. Ademais podemos buscar aprender com as escrituras e verificar se os atos do profeta em analise estão de acordo com os ensinamentos das mesmas. E no caso de Joseph, estão.

Quando Joseph Smith declarou que realizou uma façanha maior do que os profetas do passado - e maior até do que o Senhor Jesus - disse a verdade - pois a dispensação final é a maior e não terminará em apostasia. Joseph se regozijou nisso, em estar cumprindo sua missão de estabelecer a Igreja. Ele não afirmou que fez isso sozinho. Sua dependência do Senhor é evidente em todos os seus ensinamentos. Louvemos o profeta, mas adoremos ao único e verdeiro Deus!

Para finalizarmos, citamos o testemunho o Presidente Gordon B. Hinckley:
Agradeço ao Senhor pelo conhecimento que me deu de que Joseph Smith foi um profeta do Deus vivo. Já falei anteriormente da experiência que tive aos doze anos de idade, como diácono recém-ordenado. Fui à reunião do sacerdócio da estaca com meu pai. Ele sentou-se ao púlpito, pois era membro da presidência da estaca, e sentei-me na última fila de bancos da capela. Os homens da grande congregação levantaram-se e cantaram:
Hoje ao profeta rendamos louvores,
Foi ordenado por Cristo Jesus.
Para trazer a verdade aos homens,
Para aos povos trazer nova luz
.
(Hinos, n° 14)
Ao ouvi-los cantar o hino com força e convicção, senti em meu coração o testemunho do chamado divino do menino Joseph, e sou grato ao Senhor por vir mantendo esse testemunho há mais de setenta anos. Sou feliz por minha fé não ter sido abalada por críticos que nunca parecem reconhecer que o conhecimento das coisas divinas vem pelo poder do Espírito e não pela sabedoria dos homens.
(...)
Agradeço a meu Pai Celestial pelo testemunho que tenho da realidade da Primeira Visão. Estive entre as árvores onde Joseph se ajoelhou quando menino e ouvi os sussurros do Espírito afirmando que aconteceu como ele disse ter acontecido. Li as palavras de críticos que, de 1820 até o presente, têm tentado destruir a validade do relato. Deram enorme importância à existência de diversas versões e à informação de que o relato, como o conhecemos agora, não foi escrito até 1838. E daí? Encontro segurança para minha fé na simplicidade da narrativa, na sua falta de argumentos, na sensatez singela e no selamento de seu testemunho com o próprio sangue." [23]


_______________

Notas


[1] Joseph Smith - História 1:33

[2] “Joseph Smith”, Conferência Geral outubro de 2014

[3] "Os Diários de Joseph Smith", Mark Ashurst-McGee e Alex Smith, A Liahona, Dezembro de 2007

[4] "History, 1838–1856, volume F-1 [1 May 1844–8 August 1844]," p. 58, The Joseph Smith Papers, accessed June 19, 2017

[5] Idem a Nota 2

[6] Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: John Taylor, 2001, pp. 82–83; ver também Doutrina e Convênios 135:3.

[7] Deseret News, 31 de outubro de 1855, p. 268.

[8] Autobiography of Parley P. Pratt, comp. Parley P. Pratt Jr. (1938), p. 46

[9] Carta de John Needham para seus pais, 7 de julho de 1843, Nauvoo, Illinois, publicada em Millennial Star, outubro de 1843, p. 89

[10] History of the Church, volume 5, p. 555; de um discurso proferido por Joseph Smith em 27 de agosto de 1843, em Nauvoo, Illinois; relatado por Willard Richards e William Clayton.

[11] History of the Church, volume 3, p. 30; de um editorial publicado no Elders’ Journal, julho de 1838, p. 44; Joseph Smith era o redator do jornal.

[12] History of the Church, volume 4, p. 78; de uma carta de Matthew L. Davis para Mary Davis, 6 de fevereiro de 1840, Washington, D.C., relatando um discurso proferido por Joseph Smith em 5 de fevereiro de 1840, em Washington, D.C.

[13] Carta de Joseph Smith e dos sumos sacerdotes para os irmãos de Geneseo, Nova York, 23 de novembro de 1833, Kirtland, Ohio, Arquivos da Igreja.

[14] Idem a Nota 3

[15] Pregar Meu Evangelho, Capítulo 3, Lição 1.

[16] Idem a Nota 15

[17] History of the Church, volume 4, p. 426; das atas de uma conferência da Igreja realizada em 3 de outubro de 1841, em Nauvoo, Illinois, publicado em Times and Seasons, 15 de outubro de 1841, p. 578.

[18] History of the Church, volume 4, pp. 609–610; pontuação modernizada; divisão de parágrafos alterada; tirado de “The Temple”, editorial publicado em Times and Seasons, 2 de maio de 1842, p. 776; Joseph Smith era o redator do jornal.

[19] Idem a Nota 18

[20] Millennial Star, 28 de abril de 1890, p. 258

[21] Hyrum Smith, citado em History of the Church, volume 6, p. 346; tirado de um discurso proferido por Hyrum Smith em 28 de abril de 1844, em Nauvoo, Illinois.

[22] History of the Church, volume 2, p. 23; extraído de “The Elders of the Church in Kirtland, to Their Brethren Abroad”, 22 de janeiro de 1834, publicado em Evening and Morning Star, abril de 1834, p. 152.

[23] "Meu Testemunho", Conferência Geral outubro de 1993

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