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Como será a batalha do Armagedom?

"E os congregaram no lugar que em hebreu se chama Armagedom."
(Apocalipse 16:16)

Antes da 2º Vinda Publica do Senhor Jesus Cristo haverá uma grande e última batalha, conhecida como Batalha do Armagedom. As escrituras detalham este terrível evento, especialmente o livro de Apocalipse.

Eventos dos últimos dias - as Sete Trombetas

João, escritor de Apocalipse, viu sete mensageiros "vestidos de linho puro e resplandecente, e cingidos com cintos de ouro pelos peitos" (Apocalipse 15:6). Eles haviam saído do Templo de Deus para uma missão importante: preparar o mundo para o fim. Estes sete anjos são mencionados em duas ocasiões em Apocalipse (a primeira em Apocalipse 8-11; e, a segunda, em Apocalipse 15-16) e uma em Doutrina em Convênios (D&C 88). Através de uma interpretação teleológica e ontológica percebe-se que as três ocasiões tratam dos mesmos sete anjos.

É fácil ver porque trombetas serão usadas pelos sete anjos: são instrumentos que se destacam por produzirem um som nítido, firme e penetrante. Elas precederão acontecimentos significativos ou declararão o fim de eventos importantes dos últimos dias.

Alguns supõem que "anjos com trombetas" são expressões meramente simbólicas. Talvez. Mas outras escrituras confirmam que antes da vinda do Senhor haverá mensageiros reais (não figurativos) que farão anúncios "em alto e bom som" de modo a se fazerem reconhecidos a todos os habitantes da Terra (D&C 29:26, I Coríntios 15:52, I Tessalonicenses 4:16, Isaías 27:13, D&C 88:94-110, Salmos 47:5, D&C 43:25, Mateus 24:31, D&C 109:75).

Trombetas
Eventos mencionados em Apocalipse
Eventos mencionados em outras passagens
Primeira
Há saraivas e fogo misturado com sangue que queimam a terça parte das árvores e plantas (Apocalipse 8:7). Uma "chaga má e maligna" é colocada sobre os homens que não são de Deus (Apocalipse 16:2).
É anunciado que os santos que estiverem na terra serão arrebatados e os que estiverem no mundo espiritual serão ressuscitados para glória celestial.Ambos os grupos encontrarão Cristo nas nuvens (D&C 88:96-98; e D&C 45:45).
Segunda
É lançado no mar "uma coisa como um grande monte ardendo em fogo" o que resulta na morte de um terço das criaturas marinhas e na destruição de um terço dos veículos marítimos. Um terço do mar torna-se "em sangue" (Apocalipse 8:8-9); mais adiante toda alma vivente do mar morre (Apocalipse 16:3).
É anunciado que a ressurreição
dos seres terrestres ocorrerá (D&C 88:99).
Terceira
Uma grande estrela, chamada Absinto, "ardendo em tocha" cai do céu e destrói um terço dos rios e fontes de águas - tornando-as poluídas - o que faz com que muitos homens morram (Apocalipse 8:10-11); Os rios e as fontes das águas se tornam em sangue (Apocalipse 16:4).
Os "espíritos de homens que deverão ser julgados e que se encontram sob condenação" permanecerão na prisão espiritual e sua ressurreição se dará após o milênio (D&C 88:100-101)
Quarta
A terça parte do sol, da lua e das estrelas é ferida, de modo que sua luz é drasticamente reduzida (Apocalipse 8:12); Os homens são abrasado com fogo e grandes calores - mas em vez de se arrependerem blasfemam contra Deus (Apocalipse 16:8-9).
Os homens que se tornaram filhos da perdição neste estado permanecerão imundos (D&C 88:102)
Quinta
A estrela"que do céu caiu na terra" provoca fumaça "como a fumaça de uma grande fornalha" e escurece o sol e o ar. Um exercito maligno, simbolizado por uma praga de gafanhotos com o poder de escorpiões, afligem os homens iníquos por cinco meses. Estes procuram a morte, desejando morrer, mas não conseguem, pois a morte foge deles. O rei desses "gafanhotos" é um anjo do abismo que recebe o nome de Abadom ou Apoliom
(Apocalipse 9:1-12). Os iníquos sentem dor e tentam se matar; eles não se arrependem e blasfemam (Apocalipse 16:10-11).
É confirmado que o evangelho foi entregue a "todas as nações, tribos, línguas e povos"; o anjo anunciará: "Temei a Deus e dai glória a ele,que se assenta em seu trono para todo o sempre; pois chegada é a hora de seu juízo" - e então todo ouvido ouvirá e todo joelho se dobrará (D&C 88:103-104)
Sexta
Quatro anjos de Satanás são soltos para matarem a terça parte dos homens. Guerras e tragédias se seguem, mas os homens não se arrependem e adoram ao demônio ou deuses falsos
(Apocalipse 9:13-21). A água do rio Eufrates seca e um caminho é preparado para os reis do oriente; o demônio e seus servos se congregam para batalhar num lugar chamado Armagedom (Apocalipse 16:12-16).
A Babilônia cai (D&C 88:15)
Sétima
O sétimo anjo anuncia que os reinos do mundo vieram a ser de Cristo (Apocalipse 11:15-17).
Um grande terremoto "como nunca houve desde que há homens sobre a terra" acontece. Há grandes destruições por meio de catástrofes naturais. Os homens não se arrependem, o anjo declara: esta feito! (Apocalipse 16:17-21)
O anjo declara: "esta consumado! O Cordeiro de deus venceu e sozinho pisou no lagar, sim o lagar do furor da ira de Deus Todo- Poderoso" (D&C 88:106).
Este anjo é Miguel (D&C 29:26, 88:112)

Exército de Gafanhotos com poder de Escorpião

João, o Amado, em sua visão, disse que nos últimos tempos vários anjos soarão trombetas, anunciando eventos catastróficos que antecedem o Reino Milenar do Salvador. Em Apocalipse 9:1-12 e Apocalipse 16:10-11 lemos sobre os eventos da Quinta Trombeta.

Satanás, que é a estrela"que do céu caiu na terra" provoca uma "fumaça" que é "como a fumaça de uma grande fornalha". Isso se assemelha aquela névoa de escuridão vista por Leí (1 Néfi 8:23), que, por sua vez, simboliza "as tentações do diabo que cegam os olhos e endurecem o coração dos filhos dos homens (...) para que pereçam e se percam" (1 Néfi 12:17).

O que João deixa claro é que a iniquidade dos homens será geral - e é a causa do escurecimento do "sol e [do] ar". É também por causa dessa iniquidade que "uma praga", simbolizada por gafanhotos com o poder de escorpiões, afligirão os homens por cinco meses. Estes procurarão a morte por suicídio - até morderão a própria língua procurando se matar! Mas não conseguirão, pois a morte fugirá deles!

Semelhantemente vemos os nefitas em determinada situação de apostasia em que "não se chegavam a Jesus com corações quebrantados e espíritos contritos. Amaldiçoavam, porém, a Deus e desejavam morrer. Não obstante, lutavam com a espada por suas vidas" (Mórmon 2:14).

A picada de escorpiões comumente não é mortal, embora por demais dolorosa. Assim, simbolicamente, as pessoas estarão atordoadas, doentes e aflitas, mas não necessariamente por picadas de escorpiões literais. A iniquidade será a causa real de seu maior tormento.

O rei desses "gafanhotos" é um anjo do abismo que recebe o nome de Abadom ou Apoliom - o próprio demônio, ou um representante dele, tão malévolo e perverso que fará com que os homens "não se arrependam das suas obras", persistindo conscientemente e deliberadamente no pecado.
"João ensina que este é o anjo do poço do abismo. Ele menciona seu nome tanto em hebreu como em grego, e essas palavras, tanto numa língua como em outra, significam 'destruir' ou 'destruição'. Assim sendo, esse nome significa 'o Destruidor', um título bastante apropriado para Satanás. Existe ainda uma outra palavra que se relaciona a esses dois nomes, e que é um dos títulos dados ao diabo. Essa palavra é 'Perdição' (Moisés 5:24), e significa 'completa perda' ou 'destruição'." (Manual do Aluno do Novo Testamento do Instituto de Religião, pg. 513)
Os gafanhotos simbolizam aquele exercito de homens, impelidos pelo demônio que mais adiante procurará destruir completamente o povo de Deus na batalha do Armagedom.

A figura do gafanhoto já foi usada por outros profetas. Isaías falando que ninguém pode comparar-se a Deus disse: "Porventura não sabeis? porventura não ouvis? ou desde o princípio não se vos notificou isso mesmo? ou não tendes entendido desde a fundação da terra? E ele o que está assentado sobre o círculo da terra, cujos moradores são para ele como gafanhotos; é ele o que estende os céus como cortina, e o desenrola como tenda para nela habitar" (Isaías 40:21-22). Ou seja, confrontado com a grandiosidade de Deus, o homem é como gafanhoto: um ser pequeno e frágil. Mesmos sendo numerosos, os "moradores" da Terra, como vários gafanhotos, são minúsculos.

O aspecto tão amedrontador desses soldados foi descrito como um semblante "semelhante ao de cavalos aparelhados para a guerra; e sobre suas cabeças havia umas como coroas semelhante ao ouro (...)"; tinham cabelos cumpridos, dentes como os de leões. Suas couraças eram de ferro "e o ruído de suas asas era como o ruído de carros, quando muitos cavalos correm ao combate." Suas caudas eram como a de escorpiões. Foi-lhes permitido afligir os homens por cinco meses. (Apocalipse 9:7-10). "A picada do escorpião geralmente não é fatal. Ele é muito dolorosa, mas apenas faz com que as pessoas adoeçam" ("O Armagedom, a última grande guerra", Manual do Aluno do Seminário do Novo Testamento de 1984, pg. 273).

O Élder Bruce R. McConkie comentando sobre esses versículos diz que João procurou descrever "uma guerra em que existem armas e circunstâncias completamente estranhas ao povo de sua própria época". Disse também que seria bem possível que João estivesse "vendo homens que usavam ou eram protegidos por fortes armaduras, como as tropas de cavalaria, companhias de tanques e lança-chamas; como os aeroplanos, mísseis aéreos que explodiam, minas, bombas que caíam, e até mesmo outras armas que ainda seria inventadas numa época em que o único amor e desejo dos homens iníquos seria pela guerra." (Manual do Aluno do Novo Testamento do Instituto de Religião, pg. 513). Outros profetas que viram as guerras do futuro também tiveram certas dificuldades de descrever suas revelações ao povo de sua época, e frequentemente recorrerão a linguagem simbólica. Um exemplo é Joel (ver Joel 2:1-11 e 3:9-14).

Contexto da Batalha

Vale do Megido, onde ocorrerá a última batalha
Ao mesmo tempo em que o cenário da última batalha antes do Milênio vai se formando, o Evangelho é entregue a "todas as nações, tribos, línguas e povos"; o anjo anunciará: "Temei a Deus e dai glória a ele,que se assenta em seu trono para todo o sempre; pois chegada é a hora de seu juízo" - e então todo ouvido ouvirá e todo joelho se dobrará (D&C 88:103-104). Esse evangelho já terá se espalhado por toda à Terra antes desse anuncio, todavia a trombeta soará para ratificar essa verdade.

E então haverá uma grande guerra mundial - é provável que ela já esteja em curso bem antes do sexto anjo dar seu anuncio. A iniquidade será enorme. A grande Batalha do Armagedom - uma das mais terríveis batalhas de todos os tempos - se dará nessa ocasião.

Os exércitos dos iníquos perderão a batalha e esse será o inicio da queda da Babilônia e fim do reinado do diabo.

Talvez, durante as várias lutas da Grande Guerra Final será necessário, para que os "reis do oriente" prossigam sua marcha sanguinária, conforme é explicado em Apocalipse, alterar o ecossistema - por exemplo, fazendo secar as águas do grande rio Eufrates. Ou talvez a água do rio seque em consequência dos desastres naturais iniciados durante o toque da quinta trombeta - e isso facilite de alguma forma "o caminho dos reis do oriente".

Esses reis não têm qualquer relação, simbólica ou literal, com os reis magos que visitaram o Salvador quando era criança. Eles também não são os líderes das Dez Tribos perdidas - pois o retorno dessas acontecerá antes do toque das sete trombetas finais. Esses reis são líderes militares iníquos que receberão poderes de comando das grandes nações da Terra, e serão semelhantes a reis em vários aspectos (embora realmente nunca recebem o título de monarcas no pleno sentido da palavra) e farão campanha contra o povo do Senhor (Apocalipse 17:12-13). Eles, e seus exércitos, os 200 milhões, não terão sucesso.

Os três "Ais"

Em Apocalipse 9:12, 11:14 lemos sobre os três"ais"."Ai"é uma expressão que indica sofrimento e dor por conta de um comportamento errôneo ou acontecimento triste, de grande pesar, como consequência de más escolhas próprias ou alheias. É uma lamentação e lastima profunda usada por vários profetas (por exemplo: Jeremias 13:27, Amós 5:16, Zacarias 11:17, 2 Néfi 28:24-29, Mosias 3:12), inclusive o próprio Salvador (por exemplo: Mateus 23:13–16, 23–32, Lucas 11:37–53, 3 Néfi 9:2).

"Ai" também é usado como uma advertência.

João viu três "ais" que deveriam servir como sinal de advertência ao mundo.

O primeiro "ai" mencionado por João ocorre no momento do toque da quinta trombeta e refere-se a extensão do poder do diabo sobre a Terra. Nessa ocasião o demônio terá poder sobre seu próprio domínio e tirará a paz da Terra inteira (D&C 1:35) - exceto do povo de Deus, que estará selado contra o poder do destruidor.

O segundo ai refere-se aos eventos e efeitos da grande guerra mundial, a morte das duas testemunhas e a batalha do Armagedom.

O terceiro ai não é mencionado expressamente no texto de João, como os dois primeiros, mas parece ter ocorrido imediatamente depois do segundo (Apocalipse 8:13 e 11:14) - na ocasião da sétima trombeta. Como tal refere-se às consequências da aparição pública do Senhor: Ele derrota os iníquos, aprisiona Satanás, destrói o mundo inteiro com fogo - homens são consumidos, animais são abrasados, plantas são queimadas e todo reino mineral derrete em calor fervente.

Pouco antes dos iníquos serem destruídos na carne, eles terão grande lamentação e profunda agonia ao verem que o Senhor vem julgá-los. Esconder-se-ão nas cavernas e rochas e desejarão que às montanhas os cubram (Apocalipse 16:15-17, Alma 12:14).


A Batalha do Armagedom

A última batalha antes desse mundo ser elevado a um nível terrestrial (inicinado o Milênio de Paz) é conhecida como Batalha do Armagedom, ou a batalha de Gogue e Magogue.

Armagedom vem de Har-Megido, que significa monte do Megido. Megido é um nome de um vale, a noventa sete quilômetros ao norte de Jerusalém, onde se deram muitas batalhas na Antiguidade.

No final do milênio haverá uma última e fatal batalha, que também é chamada nas escrituras de batalha de Gogue e Magogue. Gogue é uma pessoa, Magogue um lugar. A expressão corretamente traduzida seria Gogue de Magogue, indicando um líder iníquo, ou uma porção deles, que viria, ou viriam, "das bandas do norte" para destruir os judeus. 

Magogue era habitada na antiguidade pelos citas, povo bárbaro e selvagem. Eram conhecidos por seus ataques fulminantes e brutais. Magogue tornou-se símbolo da natureza guerreira desse povo. Atualmente a região que outrora pertencera a Magogue é ocupada pela Rússia e outros países de sua proximidades.

Porque as duas batalhas recebem o mesmo nome? Talvez por simbolizarem uma aliança de grandes e malignos poderes que investirão todo seu poderio contra os servos de Deus. O resultado de ambas as batalhas será o mesmo: a derrota de Satanás e de seus servos.

Apocalipse 14 diz que João ouviu o anjo afirmar que Babilônia seria destruída. (Ver v. 8.) Apocalipse 16:19 inicia-se com o relato da destruição e, em Apocalipse 17–18, ele continua com mais riqueza de detalhes. Em outras partes de Apocalipse, a destruição da Babilônia é descrita por meio de linguagem simbólica.
"A cidade de Babilônia era a capital da antiga Babilônia, mas nas escrituras, normalmente o nome referia-se ao país inteiro. No Velho Testamento, lemos que o povo desse lugar conquistou o reino de Judá e levaram muitos israelitas em cativeiro para a Babilônia. A cidade de Babilônia era muito grande, seu povo era muito rico e exibia as riquezas em prédios, roupas e atividades de lazer luxuosos. Outra coisa que faziam era adorar ídolos. Devido à iniquidade que havia na Babilônia e ao fato de os filhos de Israel terem sido levados para lá em cativeiro, nas escrituras, o Senhor muitas vezes empregou o nome Babilônia como símbolo do pecado, das coisas mundanas, da influência do demônio sobre a Terra e do cativeiro espiritual que essas coisas causam. (Ver D&C 1:16;133:5, 7, 14.) Babilônia é o oposto de Sião da mesma forma que os valores" (Manual de Aluno do Seminário do Curso do Novo Testamento, "Apocalipse 17–18 - A Destruição de Babilônia, a Meretriz", pg. 174).
"Antes da Segunda vinda de Cristo, todas as nações da Terra se reunirão para lutar contra Jerusalém. Essa tremenda guerra, um dos eventos finais que precederão a segunda vinda do Salvador, foi predita e detalhadamente retratada por muitos dos antigos profetas do Senhor (Ver, por exemplo, Ezequiel 38-39, Joel 2-3, Isaías 34, Jeremias 25, Daniel 11-12, Zacarias 12-14). Jerusalém será sitiada, e seus habitantes passarão por grandes sofrimentos. É evidente que o vale de Armagedom, situado ao norte de Jerusalém, será o local da grande batalha decisiva dessa guerra.
Durante esse cerco, quando as nações estiverem reunidas e o Senhor chegar, haverá uma grande destruição. Os exércitos se tornarão tão confusos, que lutarão contra suas próprias forças, provocando uma grande carnificina. Então o Senhor se mostrará aos judeus. Ele os chamará para perto de si, para que examinem suas mãos e pés, e eles lhe perguntarão: "O que são essas feridas?" E o Senhor responderá: "Estas feridas são as que me fizeram na casa de meus amigos. Eu sou Jesus."( Zacarias 12:3-10; 13:6, 9; 14:1-5, 9; ver também D&C 45:42-53) Então os judeus o aceitarão como o seu Redentor, algo que nunca estiveram dispostos a fazer." (Singns of the Times, Smith, pg. 171).

Reunindo todas as profecias sobre a Batalha do Armagedom em todas as obras-padrão verificamos que algumas nações antigas são citadas por nome - como Pérsia, Etiópia, Pute, Gômer e Togarma (Ezequiel 38:2-6) - sendo indicadas como inimigas de Israel. Entretanto devemos saber que, conforme disse o Élder Bruce R. McConkie, "as profecias não mencionam nominalmente as nações em luta a favor ou contra Israel, mas a designação Gogue e Magogue identifica o conjunto de nações que procuram derrotar e destruir os remanescentes da semente eleita do Senhor" (Mormon Doctrine, pg. 298).

Seria difícil para os ouvintes de Ezequiel, Joel e João compreender as posições geográficas e os nomes das nações dos últimos dias. Por isso parece razoável supor que esses profetas citaram povos e nações iníquas e idolatras de seu próprio tempo como símbolo dos que estarão contra o Senhor e seu povo nos últimos dias.

O Élder Orson Pratt disse que "milhões e milhões de pessoas [se juntarão] nos vales em torno de Jerusalém, a fim de destruir os judeus depois de haverem-se coligado. Como o demônio fará isso? Fará milagres para consegui-lo. A Bíblia diz que os reis e os grandes da terra serão enganados por esses falsos milagres. Diz que haverá três espíritos impuros que farão milagres, e são eles espíritos de demônio. Aonde irão? Aos reis da Terra; e o que farão? Convocá-los-ão para a batalha do grande dia do Deus Todo-Poderoso. Onde? No vale do Armagedom" (Journal of Discourses, 7:189)


O Élder Parley P. Pratt escreveu:
"No décimo primeiro capítulo de Apocalipse, João nos dá mais detalhes concernentes a este evento (a grande batalha travada em Israel, depois que os judeus lá se reunirem). Ele nos informa que, depois que a cidade e o templo forem reconstruídos pelos judeus, os gentios a pisarão por quarenta e dois meses, e que durante esse período dois profetas continuamente profetizarão, operando extraordinários milagres. Tudo nos faz crer que o exercito invasor será impedido de tomar e arrasar a cidade, enquanto esses profetas ali estiverem pregando. Mas depois de laborarem por três anos e meio, os inimigos finalmente conseguirão destruí-los e conquistar grande parte da cidade; eles mandarão presentes uns aos outros, comemorando a morte desses dois profetas,e não permitirão que seus corpos sejam colocados em sepulcros, e jazerão nas ruas de Jerusalém por três dias e meio, período em que os exércitos dos gentios, constituídos de muitas tribos, línguas e nações, atravessando a cidade, saqueando os judeus, verão seus corpos jazendo nas ruas. Porém após três dias e meio, de súbito o espírito da vida, vindo de Deus, neles entrará; eles se levantarão e se colocarão sobre seus pés, fazendo com que grande temor sobrevenha àqueles que os virem. Então eles ouvirão uma grande voz do céu, dizendo: 'Subi cá', e eles subirão ao céu em um nuvem, perante seus inimigos" (Voice of Warning, pg. 33).
O Élder Bruce R. McConkie identificou os dois profetas como sendo "seguidores daquele homem humilde chamado Joseph Smith, através de quem o Senhor restaurou a plenitude de seu evangelho eterno nesta dispensação final da graça. Sem dúvida, eles serão membros do Quórum dos Doze, ou da Primeira Presidência da Igreja" (Doctrinal New Testament Commentary, volume 3,pg. 509).

Os dois profetas serão levantados para a nação judaica, e não necessariamente serão judeus.
Embora os sinais de catástrofes naturais e desastres humanos estivessem ocorrendo dês de bem antes da pregação das duas testemunhas, será depois de seu testemunho de três anos e meio que virá mais plenamente "o testemunho de terremotos, que farão gemer a Terra em seu âmago; e homens cairão por terra e não poderão ficar de pé. E [virá] também o testemunho da voz de trovões e da voz de relâmpagos e da voz de tempestades e da voz das ondas do mar, arremessando-se além de seus limites. E todas as coisas estarão tumultuadas; e certamente o coração dos homens lhes falhará; pois o temor tomará conta de todos"(D&C 88:89-91).

Será nessa ocasião que a batalha do Armagedom se dará, e Cristo vencerá todas as nações resgatando seu povo.
"Basta dizer que os judeus voltarão para sua terra natal e reconstruirão Jerusalém. As nações se reunirão contra eles para combatê-los (...) [E depois da pregação dos dois profetas] o Messias vem, convulsiona a terra, destrói os exércitos dos gentios, liberta os judeus, purifica a terra de toda iniquidade, ressuscita os santos que são trazidos em sua companhia e inicia o reino milenar (...)" (Pratt, A Voice of Warning and Instruction to All People, pg. 49-50).


Resumo dos Acontecimentos da Batalha do Armagedom

  • Um grande exército é reunido sob o comando de Gogue - Ezequiel 38:1-7; Joel 1:1-6; Apocalipse 9:16; GEE "Gogue"
  • O exército de Gogue marcha contra Israel nos últimos dias - Ezequiel 38:8-16; Joel 2:1-9; Zacarias 14:1-3; Apocalipse 9:7-11, 16-19
  • A guerra se espalha por todas as nações, seguidas de peste, sangue e chuva de pedras (o granizo chegará a pesar 34,3 quilos! Isso porque "um talento" mencionado por João equivale a esse exato peso!). - Ezequiel 38:21-23; Jeremias 25:31-32; Isaías 3:25-26, 13:11, 15-16; Zacarias 14:12-13; Apocalipse 16:21; D&C29:15-19; 87:6
  • Dois profetas são mortos e depois ressuscitados ao olhos de todos - Apocalipse 11:11-12
  • Um grande terremoto acompanha a guerra - Ezequiel 38:17-20;Zacarias 14:1-4; Apocalipse 16:18-20
  • O Senhor aparece e o Monte das Oliveiras se fende no meio - criando uma estrada por onde os judeus podem fugir; os judeus reconhecerão Cristo e se converterão - Zacarias 14:4-5, D&C 133:20; Zacarias 12:9-10, 13:6; D&C 45:47-53
  • O Senhor luta por Israel e envia fogo contra o exército de Gogue - Ezequiel 39:1-7; Isaías 66:15-16; Salmos11:5-6; 110:6; 118:10; Zacarias 12:1-9
  • Os exércitos de Gogue se voltarão uns contra os outros - Ezequiel 38:21 e Zacarias 14:13
  • Os exércitos de Gogue também serão feridos com pragas e intensa chuva de fogo e granizo - Ezequiel 38:22 e 39:2, e 6; D&C 29:21; Apocalipse 11:13 e 16:21; Isaías 34:9-10
  • Por causadas mudanças naturais provocadas pelo Terremoto o mar morto terá "suas águas curadas" e a Terra "será como antes de sua divisão" - Ezequiel 47:6-12, D&C 133:21-24
  • Israel passará vários meses enterrando os mortos e sete anos queimando as armas - Ezequiel 39:8-16; Isaías 34:1-3; Jeremias 25:33
  • Há um banquete do Senhor - Ezequiel 39:17-21; Apocalipse 19:17-18; D&C 29:20
  • Israel é restaurada ao convênio e habita em segurança em sua terra - Ezequiel 39:22-29; Jeremias 46:27-28 Joel 2:12-20

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